quando
contar a história da rosa
é fazer a rosa e nisso irmos
crescendo. o jardineiro que
te conta um conto enquanto
a rosa trabalha no herbário
que sobre os joelhos vais
folheando.
até que já não lemos mais
pra diante. entre folhas o jardim
suspenso
tece as raízes submersas. as pétalas
espalharam o rumor, e múltiplas
as abelhas devoram velozmente
o cérebro que apaga e acende.
o sistema nervoso da rosa
dispara: rosa, rosae.
canto o conto sem medida e
sem paz. o herbário entretanto
se incendeia.
Manuel Gusmão, "dois sóis, a rosa", Caminho, 1990.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário