Um velho pássaro com asma, esquálido,
numa aflição, à mesa do café.
Levanta-se, mas não se tem de pé,
cai todo na cadeira, muito pálido:
o bico de marfim boquiaberto,
suor frio na testa côr de cobre,
devoto, o seu perfil de judeu nobre
a orar, por socorro, no deserto.
Só hoje sei que foi sua oração
atendida, e que fui eu o enviado,
naquele instante, à Brasileira do Chiado,
pra lhe estender a mão de Deus na minha mão.
17. VI. 10
António Barahona, "O Som do Sôpro", Poesia Incompleta, 2011.
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