A vida trauteia-te o grito de uma paixão em filtro
E, sempre que te lembras do pé que o caminhar da história te recortou,
Sentes o assobio de um coro de crianças a brincar e a riscar fora dos cadernos,
Na mesa
(fumo preto que o túnel ainda vomita)
Pousas os olhos na cara e
Vês que por baixo desta pele não trago nada
Não trago nada
Não levo nada
E és vazia como os cadernos das crianças
Ferra-te o fumo de uma nuvem (do túnel)
Cais pardal abatido a chumbo
Riscas dentro para dizer que a deriva da vida não tem porto
Ó matéria virada cinza,
Nascente virada poça,
Calor virado suor,
Atestem o vazio que me come, coça, arranha este interior à espera que o túnel cesse fumo
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pedro s. martins
Sobre Os Hereges de Duna, de Frank Herbert
Há 14 horas
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