(maynard james keenan)
Aprendi tudo desde a tua
morte. Passei
de pedra a madeira
e de madeira
a vidro. Frágil e superlativo como
o corpo que sou a viver dentro
de uma rodilha de suspiro.
O cancro não se come. Ainda não
há garfo e faca para o bicho. Ainda tentei
sentir as metástases no céu
da boca. Procuro entre mim
o aço,
encontro-lhe o superlativo no amor
à perda.
Odiar-me-ás quando te confessar
que guardo o teu cancro
na têmpora esquerda. Na direita,
a arma que o matará quando
ele acordar outra vez. Rede
entre o cancro e a sua morte,
o meu escandaloso e
tenebroso
cérebro.
Perdi tudo desde a tua, desde a tua,
a tua, sim, a tua
morte. Ouço-me em dificílimos decibéis
de dor guinchados em palpitações
anónimas (não são
nada anónimas pois estão) com o teu
nome esventrado.
Se as minhas pulsações és tu, também
eu morri de cancro
há tempos. Adeus às coisas aí, esta
é,
indubitavelmente, a obra-prima
do brilho que a paixão tem
no escuro.
Brilha que interrompe.
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pedro s. martins
adoro este texto. bjs
ResponderEliminarQue coisa linda!
ResponderEliminarSempre que eu passei por aqui, eu saí uma pessoa melhor.
Obrigado por tudo e adeus.
Não te magoes pela minha atitude repentina, pois eu comento com o a ousadia de quem sinceramente sempre te leu, mesmo sem se manifestar.
Adeus.
Um texto forte... e belo.
ResponderEliminarBeijo meu
como sempre, palavras como punhos. difíceis de ler e fascinantes.
ResponderEliminarbeijo
Gostei muito do conteúdo de seu blog, você esta de parabéns.Gostaria de saber
ResponderEliminarse existe interesse em torcar nossos links, se sim deixe seu recado em meu mural.
Te espero por lá, ok?
Felicidade! É inútil buscá-la em qualquer outro lugar que não seja
no calor das relações humanas... Só um bom amigo pode levar-nos pela mão e nos libertar.
Abraços forte
Brilhos que magoam...
ResponderEliminarum abraço
gostei !
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