Noites de tabaco com resina
de Marrocos, pequenos quartos
onde a música era enorme.
As ruas pulsavam, eram coisas
mortais, o pensamento um carrossel
de monstros vivos. E nós os únicos,
os mais sós, os mais relapsos
no caminho que descia do devaneio
à angústia. Esquecidos das horas
num qualquer degrau perdido,
o futuro era aterrador: it will end
in tears. E tudo o que sabíamos
estava errado, menos isso.
Rui Pires Cabral, "Oráculos de Cabeceira", Averno, 2009.
uma novidade não pode durar duas semanas
Há 1 hora
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