Faz antes assim:
Não comas as bagas da tristeza só porque
Alguém te disse que
As outras eram intragáveis. Mesmo que
Te tinjam o paladar com o acre da memória,
Espreme-as, dá-lhes o trabalho que exigem. Retalha
Parte de ti e inventa uma receita.
Convém,
É que pelas entranhas do processo não
Te esqueças do seu final. Quando saíres do outro
Lado terás o resto, todo o resto que a pungência
De hoje não te
Pode oferecer.
Nem eu.
Faz como eu:
Come as vagas que o mar te oferecer. Abre
A boca como eu
(será que me consegues imaginar com os maxilares a
Cantarem o esforço?)
E engole-as de uma só vez. Certamente,
Acordarás como eu: morta e errada. Mas não terás
Levado contigo o retalhado sentir de
Teres apenas feito
Como os outros te disseram.
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pedro s. martins
Mais loguinho.
Há 1 hora
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