Mulheres dançantes
Indignas
(indignas?)
São estufas de tacão alto
Gasto pelo dono de fumo.
Mantêm o ventre quente com
Empréstimos de felicidade a terceiros. Aceitam
Dinheiro e maleitas
Mas não beijos.
Montra de sonhos à beira da estrada. Montra de
Sonhos desfeitos no quarto da pensão reles.
Algumas,
Não queriam ser isto: chávena à espera do bule
Das três e meia de um hoje qualquer.
Os beijos que não dão à agenda, têm-nos
Guardados para os filhos errantes. Querem que
Seja a prova que mamã ainda dá alguma parte dela
Que não vende aos outros. A um qualquer outro,
Desde que traga um donativo para o mealheiro
Do sacrilégio.
E não são apenas elas que o são,
Qualquer um que tenha morada no abismo
Do acutilante digerir da pessoa
Vai-se alugando,
Alguns,
De fora para dentro,
Outros pelo caminho inverso.
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pedro s. martins
Sobre Memória da Memória, de Maria Stepánova
Há 8 horas
Escreves muito bem Pedro (:
ResponderEliminarroubando a expressão ao sr. Sócrates: porreiro pá!
ResponderEliminarmaravilha!
ResponderEliminar"...de um hoje qualquer..."
ResponderEliminarlindo
Camila Silva
Forte poema!! Beijos.
ResponderEliminarMuito obrigado a todos pela gentileza das palavras.
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