foto gentilmente cedida por gonçalo franco - Imagens Cruzadas
Pelo entremeio da plástica sonora
que o remexer nas cicatrizes faz,
o meu rim maduro ouve o segredo
que o Justerini e o Brooks têm
para lhe contar.
Aguardo
o inventário
que os senhores de vestimenta
branca me hão-de fazer.
Já não resisto ao fogo como antigamente,
deixei de consegui ver as árvores porque
os ramos me
cegam o mais além.
Sobra-me a exigência para o futuro:
aprender os gestos de criança
que
me foi tolhendo
à vez.
No meu estado mais
convalescente
é a B que me faz feliz. Ou será a C? Discernir
nomes
de apelidos
nunca foi comigo.
Conta-me a felicidade
com o contentamento
da resposta (ainda me vais responder com um
livro) letal que me
dobra
e coloca à espera de lhe curar
as querelas dos dois dias que precedem
(o depois;
o depois;)
o depois
de amanhã
as tuas letras estão doentes
de quilos
ao colo diários. Sou
o frágil que não te comentará
com lirismos e pretensiosíssimos
adjectivos
de bota a marcar passo cada
sílaba.
Espero-te a música que me estás a
compor
salteada por entre o resto que
nos comporá
a morte.
Separados pelos metais internos, havemos
de sucumbir à saudade de não
nos termos no café da sanzala
dos homens homens,
não dos homens apenas.
E dir-te-ei eu um dia à chegada: Boa existência,
sou o Duarte. E não
fosse o fecho da vida às 19 (dezanove) horas,
dir-me-ias que estava a chover dentro do comboio
que te fiz sonhar.
Não me leias amanhã, porque, como alguém um dia
me disse: morre-se todos os dias
percebes?
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pedro s. martins
Poucos são os homens homens, a maioria é de apenas homens.
ResponderEliminarE morremos todos os dias um pouquinho, mas só em parte. Outra parte de nós, que fica, ressuscita todo dia.
poema absoluto... absolutamente.
ResponderEliminarabraços
A flor,
ResponderEliminarCada vez há menos homens homens.
heretico,
É mesmo absoluto absolutamente.
Este foi escrito com o coração nos dedos.