júlio pomar
ICaíste do corpo
antes do dia deixar de saltar sobre
o teu despertar.
Agora a pena mascarada
de curiosidade está
nos olhos de quem te
observa o pé
a absorver os socalcos anímicos de
estares cã e
gélida.
Tenho a visão (e os restantes sentidos)
no canteiro de maleitas
que transportas no
interior do colo.
Consigo ver os atilhos que
mascaram a coscuvilhice
de ver como vai o teu
corpo, ignorando as nódoas
negras que te alicerçam
o negrume da alma.
II
Exma. Sra. Defunta que me leva ao colo,
não se preocupe com este
pranto torneando a
sua caixa de madeira impecavelmente forrada
em tons pérola. Daqui a dois
Domingos e / ou (dependendo do parentesco)
17 (dezassete) dias úteis
já serão poucos os rios lacrimais
que a tem como fonte.
Acredite em mim, esta é a quarta
vez que me despeço da vida e,
em todas elas,
retiraram-me o lugar à mesa ainda
não tinha chegado o Natal seguinte.
Enquanto nadar no oceano do
esquecimento, não desanime. Há-de
chegar o primeiro dia do mês de Novembro e
vão chorar todos por ti outra vez, atirando-lhe
uma bóia de renascença.
Se o tempo estiver esteado de chuva, até são capazes
de lhe aquecer a
mármore que tem como tecto. Puxe uma cadeira
e assista à matiné daqui.
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pedro s. martins
Talvez a nova semana tenha dificuldades, ainda assim haverá alegrias...
ResponderEliminarTalvez a nova semana tenha preocupações, ainda assim haverá soluções...
Talvez a nova semana traga alguns atritos, ainda assim trará o desafio do aprendizado do convívio...
Talvez não seja exatamente como a queremos, mas podemos nos surpreender e alegrar com o que nos trará.
Tomemos a nova semana com disposição de vivê-la do melhor jeito, de abraçar a parte feliz e de aprender com o que contrariar a nossa expectativa.
Tenhamos boa vontade com a nova semana e um sentimento de profunda gratidão à vida.
Um abraço
Um poema triste e ao mesmo tempo satírico. Gostei bastante. Um abraço.
ResponderEliminarNossa visualizei um quadro agora!!!
ResponderEliminarÉ de facto um quadro, como diz Lisa Alves. Temática muito interessante (a minha preferida) com um estilo a lembrar pedacinhos de Alexandre O'Neil. Gostei, e tenho lido. Continue!
ResponderEliminarÉ muito especial a tua linguagem poética. Um tanto irónica, um tanto negra. Eu gosto. Beijos
ResponderEliminarAdoro ler as várias interpretações que um único poema vai tendo. Apraz-me que em todas elas apreciem o que vou escrevendo.
ResponderEliminarmariab, estou a acabar um que ainda vai mais longe que este. Fico contente que goste.
adorei..
ResponderEliminar:)