quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

vila viçosa

Trespassei Viçosa
deixando o
lastro do
respirar na sombra da
acalmia.
Sentei-me numa
poça de
silêncio pretérito e silêncio
presente ficou à espera do
quietude futura.

Por lá,
as pessoas movem-se
mais lentamente que a sua
simpatia de criança a
querer mostrar ao miúdo
recém-chegado o recreio
que é hospitalidade a escorrer
honestidade

Matei três, assaltei
quatro e violentei
dez. Mesmo que fosse
verdade na primeira pessoa, tudo só seria
verdade se alguém o dissesse
na televisão.

Viçosa pára o
sol e o mundo com ele.
E eu também.

Enquanto vivi a ritmo
de fotograma,
apenas senti
falta do Douro a beijar o
Cabedelo na testa antes
de o deitar nos
lençóis da Foz.

Florbela esteve comigo o tempo todo.
******

pedro s. martins

3 comentários:

  1. Adorei este poema, principalmente quando você faz uma alusão à Florbela, que por sinal é minha poetisa preferida...parabéns meu amigo!Adorei seu blog.

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  2. Gostei...Gostei...
    das laranjas da colina
    Florbela perpassa em rimas de ataúde
    para uma igreja no olival,
    Bento de Jesus redopia a hipotenusa
    na imensidade dum terreiro,
    a porta do "Nó" é patética de fidalgos descalsos;
    a terra rasga-se lapidada de suores
    o caminho é trepidante cor dum vinho novo,
    um barbo sorri mais à frente
    entre plátanos descrentes.
    josé movilha

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  3. É pena que a cada da Florbela esteja a cair aos bocados.

    T

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