sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

este amor

Escuta as peças a caberem no útero da gaivota apaixonada. Assusta-me tanto este uso excessivo da gaivota como metáfora para bailarina de rua. Para a próxima chamar-lhe-ei ostra. Escuta como a gaivota se preocupa com a ostra. Sente a solidariedade que há no reino que não é animal. A certeza da incapacidade de deslocação para ofereceres um prato de sopa sem ser Natal?

(silencio o silêncio com uma mordaça feita de linho ou trapos ou papel ou.)

Há um novo riso na cidade de boca sem lábios, ou lábios sem expressão. Não era riso, era assobio que devia ter escrito. E mal da cidade quando chegar o dia em que tenha que explicar o assobio como metáfora para indiferença face às gaivotas ou ostras.
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pedro s. martins

3 comentários:

  1. As vezes rimos apenas por sorrir...

    Seja por educação, ou por aparências.

    Fique com Deus, menino Pedro.
    Um abraço.

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  2. "Assusta-me tanto este uso excessivo da gaivota como metáfora para bailarina de rua. Para a próxima chamar-lhe-ei ostra. Escuta como a gaivota se preocupa com a ostra"

    gostei muito deste poema, da construção, simplicidade das metáforas, que nos convidam a "beber" o seu significado.

    incentivo de continuação da escrita de mais versos. Tens um estilo, potencial, forma de trazer as imagens no poema... que espero, deste meu lado, que te leve a bom porto.

    bom dia de máscaras:)

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  3. Muito agradecido.

    Espero (quase) pacientemente qual será o meu porto.

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