sexta-feira, 6 de março de 2009

entremorte

(trabalho gentilmente cedido por Tamara - Urban Jungle)

Viver-te é radiografar o crepúsculo
do ócio contínuo. Não
há dia em que não sinta o ocaso a tomar-me,
lentamente,
as rédeas de tudo que me separa do fim,
a suave transição do meu nome próprio
para “Entremorte”.

Concedo-lhe esse estatuto
ao deixá-lo nidificar em mim
o conceito de matar o quotidianoà força de um tremor carente
que não sucumbe ao último fôlego
da inspiração celeste que desencadeias
por mim adentro
como um animal completo.

Sempre pensei que para te descrever a presença
teria que molhar a pena em consciência. Afinal, não.
Bastou-me não obedecer a nenhuma regra imposta
pelas hipérboles que fazem da minha coexistência
um campo minado por ti
para ti.
******

pedro s. martins

6 comentários:

  1. Lindíssimo isto Pedro.
    Principalmente a última estrofe...

    E me caiu muito bem hoje.

    Aruanda

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  2. Na margem do mundo
    além dos meus olhos,
    Belo,
    Sei que o exílio será sempre
    verdejante de esperança,
    O rio,
    Que não podemos atravessar
    corre eternamente.
    (Samuel Menashe)

    Tenha um lindo final de semana cheio de amor e paz no coração
    Abraços: Eduardo Poisl

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  3. Quer dera que houvesse mais pessoas para escrever a sua história de forma consciente...

    Fique com Deus, menino Pedro.
    Um abraço.

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  4. Pedro,

    Que lindo...
    A última estrofe é de uma poesia que grita na alma da gente.
    Muito bom.
    Parabéns !

    Beijo carinhoso,

    Solange

    http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

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  5. e eu nem preciso conhecer. já sei que amo.
    caiu-me luva. de pelica :)

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  6. muito obrigado a todos os que me vão visitando, comentando e gostando.

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