quarta-feira, 6 de maio de 2009

chama parada

Regressa
a dançada
ao afecto
do depois.

Bailarina lilás,
ferve-me com hábeis
movimentos de leveza
ascendentes pelo corpo
contrariando a flor

da
mágoa
que te inunda até
aos pés. Para quem (
ainda) não te consegue ver
tão nitidamente como eu:

na rebentação do dom talhado
em setenta e nove, mãe
da ilustração
prestadora de serviço
visual à musa arroxeada, há um incêndio
à tua espera na ferida aferidora
da dificuldade
em escrever
este poema sem tirar
as mãos da cabeça repescada
em chaga agreste.
******

pedro s. martins

6 comentários:

  1. Sem dúvida uma nevoa a povoar a alma!

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  2. Um poema à presença da Mãe... mesmo ausente.

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  3. Pedrokas

    gostei do poema e em especial desta frase:

    Para quem (ainda) não te consegue ver
    tão nitidamente como eu:

    parabéns

    beij

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  4. < da mágoa que te inunda até aos pés>... Lindo, comovente, amoroso e...triste pela ausência de quem tudo dá por amor Mãe.Só o corpo está ausente querido...
    Um carinho poético Pedro.

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  5. belo e sentido. as mães estão sempre perto.
    beijos

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  6. pode estar parada a chama...mas parece me que arde.

    bjo e bom domingo

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