domingo, 10 de maio de 2009

hera transcendente

(Foto de Paulo Nozolino)

Não gosto deste tremor
nas mãos de mãe que avisto
daqui
e se alastra à situação.

Sentidos secos
de corpo a dar ordens
a quem não
quer pertencer ali.

Porto perto de todos,
em que há luz
para a droga
ser apanhada nos bolsos
mendigos de um casal
em contra-fé.

Almas abandonadas em bolsos vazados,
nasce

a noite para a tarde
daqueles. A vaga de perda
para o dono da situação
dizer-se enganado
e mentido.

Não gosta daquela sensação.

Vejo-os daqui. O polícia forra o granito
com motivos
doseados individualmente, o homem
faz companhia à ombreira da porta
e a mulher beija
o cigarro freneticamente
como quem
beija um filho que regressa de um antigo
nascimento ou parte para uma nova morte.

Faltam as imagens,
mas a escrita ganhará
a morte um dia
daqueles.
******

pedro s. martins

3 comentários:

  1. Desculpe minha ignorancia ,mais li duas vezes e fiquei assim como "morta"

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  2. "Não gosto deste tremor
    nas mãos de mãe que avisto
    daqui
    e se alastra à situação."
    Um começo que logo nos prende e nos enrola nas palavras.
    Um abraço.

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  3. "

    faltam as imagens

    "

    na certeza das palavras por decifrar.

    um abraço

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