terça-feira, 12 de maio de 2009

de ninguém

Dói-me a cabeça
de tanto engendrar
saídas airosas
deste pranto que trago
debaixo da língua.

São vagas de dor entremeadas
com o desfolhar
desta ilha fantasma a que outros
chamam coração.

Nascemos à distância de uma morte
e sei que não vou parar
de riscar os pés a perseguir
em desobediência à memória.

No final,
duas estátuas de carne a quem
faltou método para serem
doentes.
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pedro s. martins

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