(obrigado à isabel mendes ferreira por ser fábrica de inspirações)
São os gritos do homem rúbeo
Enlutado à saída da sua lura que me
Fazem cortar as estrelas da esperança
Em quatro partes iguais.
Algum cão homem bomba farejou-as e confundiu-as
Com uma criança indefesa prestes a sucumbir ao medo
Do encontro desafio desequilibrado
Que tinha sido marcado unilateralmente
Com um bocado de arma preta
Encostado à fonte (na testa) que era nascente (de vida) a jorrar.
Fulgurante, o dedo está perto do gatilho
E a fonte a secar
As impressões digitais a sentirem o preto do disparo
E a fonte demasiada indefesa à saída da bala.
Não preciso de ver a bobine para que dez fotogramas em câmara
Lenta
Do gatilho a recolher dentro da arma
Me assaltem o peito.
A nascente de futuro é um fio translúcido ténue apaziguado.
Fecha os olhos rapaz.
Assim,
A culpa que não tens não
Assistirá às despedidas da tua meninice.
Secou.
Eu senti-a a secar. Eu imaginei-a a
Secar.
Implorei-te para fechares os olhos e agora que abri os meus,
Vejo-te aí,
No regaço do teu pai (aqueles fios de desolação têm que ser choro de pai), homem rúbeo. Uma bala
E passaste de potência de (doutor médico arquitecto engenheiro artista
Mecânico padeiro contrabandista criminoso) humanidade a despontar a
Lebre inanimada saida da toca
ao dependuro no cinto
Não de quem te abateu,
Mas de quem te apanhou do chão.
Palavras fortes. Beijos
ResponderEliminarAs imagens que serviram de suporte ainda eram mais. Em comparação com o mundo em vivemos, estas palavras são algodão doce.
ResponderEliminarBeijos
esse poema tem um ótimo ritmo, é denso e flui.
ResponderEliminaro caminho Pedro foi feito a caminhar sobre o fogo. Seu.
ResponderEliminarQue vale a pensa ver crescer....assim
Obrigada.
beijo.