segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

mim

(mark ryden)

E a chuva que não dilui o sangue que tenho debaixo da pele. Comovo-me
Com o dia de sol que não me transforma em punhado de terra encarnado.

Talvez,
Vivêssemos melhor assim. Seria eu terra, tu planta a despontar de mim
Em mim
Por mim
Enquanto vivesses,
Precisarias de mim – eterno sustento de vida filtro
Precisaria de ti – eterno broto da minha existência
Imagino-te as raízes trespassarem-me a matéria sustento inequívoco.

Assim somos meros desconhecidos a quem a vida nunca
Apresentou devidamente.

Como nascemos meros papéis do caderno da criação
Dependemos de um qualquer acaso que vocês
- Inflamatórios incessantes da dor –
Nos queimem e nos soprem. Seremos
Cinza dançante em fundo de céu criança
******

pedro s. martins

7 comentários:

  1. Lindo poema, parabéns pela sensibilidade poética.

    Abraço

    Feliz 2009

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  2. Parabéns, Gostei e de certeza que vou voltar. Abraço

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  3. Sem dúvida que seremos cinza dançante...belísimo poema!! Beijos.

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  4. Ando a comer letras...desculpa : belíssimo.

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  5. Não esperava ler tanta adjectivação boa acerca do que escrevo. O meu sincero agradecimento a todos.

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  6. Fiz a prometida visita.
    Dos que li, até este do dia 30, foi exactamente este que mais me diz.
    Voltarei para leituras mais calmas.
    Ab,

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  7. estive a ler todos os teus poemas.

    são todos de uma sensibilidade muito forte.

    parabéns!

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