quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

amorre

(cabrita reis)



É preciso abrir uma cicatriz de

Audácia no mundo,

Amor.

Limpar-lhe os

Crisântemos secos ao

Abandono, criança.


É preciso abrir a persiana da consciência, amor.

Urge encharcar a cruel palavra

Adjectivo de sentimento com

Soro fisiológico,

Criança.


Morrem-me epifanias a esta hora

E

Salpicam-me coices de barro na

Esperança que retornes

Sem a saliva provada

Pela destruição,

Criança.


Vejo que tens as mãos sujas de

Teres tentado mudar

O mundo sozinha, criança.


Conseguiste?


Nem precisava de olhar para ti,

Bastava cheirar-te o

Aroma de anunciação que

Trazes no regaço. Mas,

Leio cada letra da

Palavra

Sim

Na parelha de esferas negras que

Miram a primeira pessoa

Ao escorrer cansaço.


Agora já podes morrer para dentro,

Engolir o nevoeiro de orgulho que trazes na

Garganta e

Renascer amanhã

Esquecida dos que acordados dormiam.

******


pedro s. martins

10 comentários:

  1. o primeiro poema do ano (que li), e lindo.

    ResponderEliminar
  2. Um poema cheio de sentido. Gostei. Beijos.

    ResponderEliminar
  3. Realmente os poemas são do melhor. Embora não seja grande entusiasta de poesia, reconheço a grande qualidade. Voltarei mais vezes.

    ResponderEliminar
  4. É lindo o seu poema Pedro. Gostei muito de o ler. Tem muito ritmo e que mensagem!. Um abraço

    ResponderEliminar
  5. Pedro, obrigada por me dar a conhecer a qualidade da sua escrita. Claro que fico "cliente"... :)

    Beijos

    ResponderEliminar
  6. e eu também fico cliente.

    a tua poesia é fantástica!!!!

    um grande abraço
    jorge

    ResponderEliminar
  7. pedro, que poesia forte e incantatoire!
    um apelo sangrante ao amor, ao mundo!
    Como primeiro poema do ano acho
    gritante de coragem , um grito!
    abraço de Paris,
    LM

    ResponderEliminar