Trocaste-te o nome por nome de falecido,
Penduras-te a gabardina nas costas de um filho
Julgando que era cão à espera que fosse
Cabide.
E bebericas mais Dimple.
Chamas a mulher pelo nome da amante,
Porque nem pelo cheiro;
Casa;
Feições;
Voz;
Percebeste estares na
Mentira errada. Sentaste-te no ar e acabas
A ferrar a carpete.
E bebericas mais Dimple.
Perguntas as horas ao copo e julgas
Ouvir a resposta da garrafa. O silêncio de
Quem assiste à peça soa-te a
Três e meia; quatro e um quarto; nove para
As dez.
E bebericas mais Dimple.
Ando de baloiço na tua bílis e ela sussurra-me
Que te vai presentear com
Um batido de fígado a ferver em sangue
À boca. Dar-te a provar o lado B do vício.
E bebericas mais Dimple.
Já ninguém te vê pessoa. Já ninguém te enxerga além
De
Ser cego atrás da penumbra cirrose.
Beberica mais Dimple, olha para trás
E vê o
Rasto de dignidade
Que foste
Pingando da vida.
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pedro s. martins
Numa palavra: potentíssimo
ResponderEliminarAbraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO
A vida é mesmo assim...
ResponderEliminarEste seu poema é mesmo "ácido" e verdadeiro...e a vida pode ser diferente se quisermos...
ResponderEliminarvisitei.
ResponderEliminarvaleu,
flávia
Olá!
ResponderEliminarVi o seu email e resolvi te visitar. parabens, o blog ficou muito bacana!
beijos!
Um excelente poema!! Beijos.
ResponderEliminarMuito bem conseguido pedro... Estive a ler algumas das tuas coisas e fiquei agradavelmente surpreendido. Vou continuar a passar ;)
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