(Por quem mia o gato quando
é o dono a abandoná-lo?
Por quem ladra o cão quando
é o dono a ferrar-lhe o destino?
Por quem canta o pássaro quando
é o dono a encarcerá-lo num azulejo
pintado em tons de grade?
Depois de responder a estas perguntas,
o dono chora compulsivamente lembrando
que apenas é dono para esconder a perda
da dona.
É a dor de quem lembra a substituição
precoce de chagas que eram saudade
a escorrem em fio do olhar doméstico.
)
ou
Raspemos o chão com a barriga cheia
de despojos pretéritos. Substituamos
saudades de semelhantes desaparecidos
por bugigangas de terceira ou animais de
primeira e choremos em coro quando
a dor da perda
acordar e resgatar
o viver
do preenchimento oco e cru.
******
pedro s. martins
em ritmo lento
ResponderEliminarre leio
as falésias
do teu poema
.
um beijo
Cada um lê com o ritmo mais apropriado. Se reparar bem, as falésias são facilmente transponíveis.
ResponderEliminarbeijo
Sempre achei que assim fosse, também, só ninca me ocorreu expressar em versos. Via animais de estimação e o exageramento da estimação por animais como misantropia das boas. Ainda vejo, aliás.
ResponderEliminarPois então assim é.
Disse muito bem você, aqui. e mais outras coisas. Sua poesia é interessante.
Não estou seguindo seu blog ainda porque ando faltoso de visitas àqueles que já sigo, seria algo do tipo comprar com todos os cartões estourados, ou falta de juízo a eesa altura do campeonato.
Mas voltar aqui eu ainda vou, isso é que vou, mesmo. Que do blog eu gostei pelo pouco até agora lido e visto. Aliás, está um estrondoso sucesso, hein?
Visite algum blog meu também, e comente lá qualquer coisa em qualquer post. Isto sempre significa "oi, olha eu aqui" e normalmente eu retribuo logo, pra não cair no esquecimento.
Fico contente com a sua visita. Sempre que voltar será sempre bem recebido pelos que cá estão.
ResponderEliminarQualquer dia passo pelo seu blogue com a calma que ele necessita.
windo...
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