mark ryden
Menina portátil,
transladas cada sitio por onde
vais passando. Fazes do mundo
um enorme puzzle e no fim
só tu sabes onde estão os quatro
cantos.
Não tens mala, passaporte, da última
vez que te vi nem identidade tinhas. Aliás,
nem corpo tinhas, eras sombra ampliada
à lupa do meu desejo.
Onde pararás
agora?
Misturas Venezuela com a Grécia. Na boca (se calhar
não era na boca
) deglutes
os hemisférios,
diluis com o pouco de gelo que vai
na Austrália liquida e sabe-te a
justiça carnal
de companheiro injusto.
Se já passaram os oito meses e meio
de gestação, és capaz de estar
prestes a parir
um mapa-múndi
a precisar de levar uma açoite
para começar
o choro livre.
Faz força, menina portátil, faz força.
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pedro s. martins
Pedro,
ResponderEliminarSeus poemas ( e uso "menina portátil" apenas como referência circunstancial) são bons o bastante para se ler em voz alta para os amigos, para as pessoas que amamos, como exemplos de boa poesia. Recitei este agora ( com minha dicção brasileira, paulistana / São Paulo-capital), para minha namorada, frisando, em voz alta, suas nuances, sua musicalidade, suas quase-rimas e suas imagens. Se vc é jovem, o é na idade, não na dicção. Menina portátil é um excelente poema, como há excelentes poemas por aqui. É um prazer acompanhar seu blog(ue). Obrigado pelo convite, e parabéns! És poeta!
Um grande abraço,
Marcelo.
Gosto de o ler- para mim uma descoberta que vale a pena.
ResponderEliminarCONHECIMENTO FEITO ATRAVÉS DE MARCELO NOVAES
ResponderEliminarENRIQUECEDOR, PARABENS
extraordinário... e frases como "Misturas Venezuela com a Grécia" são geniais!
ResponderEliminarheheh engraçado e lindo :)
ResponderEliminarMuito bom!
ResponderEliminaradorei! =')
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