Contra a fissura do perónio
uma trovoada de medo. Sinto-o
a despedaçar-se dentro de mim.
Sinto-o a ser escavado e a espalhar-se
onde outrora era reinado de músculo
descontraído.
“Isto não vai doer nada.”
Pois não, já tinha doido tudo.
Quando se está assim, não
imaginam o ranger que faz
uma lâmina contra a pele
inocente.
Debaixo de um efeito, tudo é
vivido a meia-luz. Canta-se desfalcado
de um membro. Dorme-se e acorda-se
dentro da dor amante.
E na poça da anestesia o tudo são
silhuetas andantes de uma despedida
premeditada e de um regresso
que se quer agendado.
Somos trepadeiras cáusticas
numa vida hipotecada
em fracturas de perónios
e tíbias juvenis.
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(poema apanhado do lixo)
pedro s. martins
muito bom Pedro!!!!!!Mesmo!
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