domingo, 25 de janeiro de 2009

a todos os que comentam

uma imagem de alguém colado ao chão é que ficava aqui bem. Talvez quando me

resolver colar ao tecto se arranje alguma.




Sou chão na fome de conduzir sentimentos. Vamos acariciar o imberbe que agora se quer fazer

homem

epicentro da existência colateral. Tudo por aqui é liso e sem arestas onde me possa desgarrar na tentativa de me

erguer.

Não estão a entender? Quero dizer que nasci bicho transmudado de menino hoje de manhã dir-me-ia kafka (não o de Murakami, o Franz. Sim, aquele da carta ao pai) com um copo de

sumo de laranja numa mão e um cigarro de enrolar

na outra; meninos temos que tomar

conta da nossa saúde (como se a saúde fosse um cão de raça, rafeira a minha)

para chegarmos aos 90 (noventa) anos cegos, surdos, paralisados

do cabelo para baixo, mas a

respirar autonomamente. Autonomamente porque as três máquinas

que mantêm o avô

longe da luz avó funcionam à vontade de um gerador.


kafka, paga aqui mais uma rodada ao bicho que ainda

consigo ouvir o vento a eclodir os seus

ovos na minha janela. E ele paga.


A saúde, pois. Tomem conta dela e não se enganem

no raciocínio. Quem se perder no meio, chegará ao fim

com vontade de passar ao blogue seguinte, aquele dos

poemas arrumados pela ordem de um

abcesso em flor.


Onde é que eu ia? Ah, percebem?

(dizem que quem pergunta muitas vezes se estão a perceber

é porque está inseguro quanto à ideia que está a explicar,


estão a perceber?)


que restolho fará o meu corpo a sair do chão? Adivinho algo

parecido ao arrancar de um papel de parede colado na figura

exoesqueletica de um casarão.


Os meus tempos são as tuas asas de pardal, o meu pensamento

teu chilrear de quem atirar-se do poleiro

na vertigem do

abaixo.


Agora sem vírgulas, estamos quase lá, repito eu o que Lobo Antunes escreveu

perto do final de um seu livro que eu amo


Tu a voares em direcção ao que te apetecer e eu aqui colado a este chão que apenas queria que fosse meu por empréstimo alguém tem uma espátula para tornar a ser rapaz bípede rapaz na celeuma da vida contígua aos teus voos ciprestes a abrirem em flor e eu preso a este chão que me proíbe o cheiro apenas a visão pela janela meia embaciada. Estavam a perceber?

******


pedro s. martins

9 comentários:

  1. pois....acho a entrada e tudo muito bom Pedro

    como já devo ter dito....o "menino" :)))) voa...
    voa agora rente a um céu. seguro!


    beijos.

    e sim....uso passar aqui....

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  2. ah....esqueci....


    (piano)


    _______________.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. "A saúde, pois. Tomem conta dela e não se enganem

    no raciocínio. Quem se perder no meio, chegará ao fim

    com vontade de passar ao blogue seguinte, aquele dos

    poemas arrumados pela ordem de um

    abcesso em flor."

    Retórica dos comuns ao lado, sempre ao lado, comento, enfim, aqui preso ao fundo da minha cadeira.

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  5. Pedro, obrigada pelo convite.
    Com certeza estarei atenta e por perto.
    Poesia é alimento.

    Beijucas e bem-vindo à minha vida

    VAN FILOSOFIA!

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  6. Para refletir:
    Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
    Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
    E ter paciência para que a vida faça o resto...
    Não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo
    de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
    (William Shakespeare)

    Faça dessa nova semana um novo início rumo à
    felicidade.
    abraços

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  7. Chega o vento assobiando
    fazendo riscos imaginários
    como ondas no céu soprando sobre folhas ,
    flores, vidas chega a brisa manhã
    canta suaves carinhos
    envolve numa doce,
    fresca brincadeira
    lembranças num rastro
    manso luz vento , brisa,
    vida tocam rios janelas
    todas as casas calçadas
    soprando sorrisos
    lembrando todos os caminhos
    colorindo como se fosse carrossel
    verdadeiros roda moinhos
    deixando correr a vida
    como fosse melodia...
    (Maria Thereza Neves)

    Tenha uma linda semana
    Abraços

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  8. aqui Pedro o lugar cresce!


    Bom dia. Beijo.



    (imf)

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