terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

laço


(imagem gentilmente cedida pela carolina - a casa real)



Apertam-me o laço da gravata que tenho na tiróide.



Não o fazem por cima da camisa.

O meu está entre a pele, o sapo que me salta nos pulmões e o osso

que por ali passeia àquelas

horas.


O elixir da vida acaba e desmaio – a forma de morrer dos fracos – tenho 24

metros entre os olhos e a vertigem do chão. Acordo gigante

feito à pressa por demónios da existência. Sacudo

os meus conterrâneos do ombro esquerdo e vejo que os barcos são

beiras de uma caixa de fósforos feita para mim.


Vejo-te aí em baixo, minha cadela de alma

queria espezinhar-te,

mas não,

desvio-me em vez disso. Não queria, mas cai

desamparado sobre o mundo que era de brincar para mim.


Para nunca mais acordar.

******


pedro s. martins

5 comentários:

  1. contexto chamativo
    gostei deste poema...
    abraço

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  2. Bom. Acre, como eu gosto. sente-se o cheiro a mau sexo e a dinheiro podre.



    Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

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  3. elixir da vida...cicuta no anel do blues

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  4. Somos todos filhos do mesmo acre quando a vida é esta.

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  5. Olá Pedro...
    adorei esta imagem...
    Foi a Carolina mesma quem fez?

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