sexta-feira, 20 de março de 2009

fala

(trabalho gentilmente cedido por Alexandra de Pinho)

Separa-me a abelha conspurcada
de vida
os dois lábios que queria
cerrados na altura
imediata.

Não me escapam as horas
de fala, enquanto queria
o silêncio a escorrer pela
parede como papel de mel
a embrulhar palavras
de fel.

Ardor, ar
de dor devorando a minha
volta. Para nada serve a minha
fala ferrugenta, quando outros
discursam degraus e são tão
escutados.

Sei-te o rasto do corpo
riscado na retina. Nunca
precisamos de uma vogal
para despedirmos os coágulos de saudade,

para nos despedirmos de. Deixemos

os tontos
acenarem as separações com palavras.

Ferrei a abelha. Separamo-nos.
******

pedro s. martins

4 comentários:

  1. 100 palavras

    e,

    No Dia Mundial da Poesia, deposito aqui um ramo de sílabas que mais tarde virei colher na vogalização de tantas as palavras de en.cantar.

    e saio _______________________________ rendido.

    Um abraço[.]

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  2. ... a dor da separação em belas e doridas palavras
    bom fds

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  3. absolutamente sem ferrugem. estas palavras.



    bom dia Poeta.

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