domingo, 1 de março de 2009

útero inaugural


(imagem gentilmente cedida pelo Paulo Barros - onírica)

Vivo nas costas das palavras plasma e filho

alimentando-me de janelas com vista

privilegiada

para a época delirante

e outonal da sobrevivência.


Morro e ressuscito ao ritmo

com que a urdidura do inebriado

passado

se vai fundindo com as cortinas

transmudadas em clarões

de experiência acumulada.


O meu gosto por este passo é

tanto, que frontalmente à foto devorada pelo

mogno lateral do meu corpo

mandei pregar um calendário

fechado ao tacto.


Resplandecente rama que ludibria

o teu rosto a correr

inversamente.

Quando


a última folha do calendário cair

sobre as minhas raízes

de porcelana, estarás emoldurada

a mascar placenta dentro

do útero inaugural.

******


pedro s. martins

6 comentários:

  1. Gosto muito de teus textos! Desculpe a ausência de comentários ultimamente!

    Beijos enormes!

    Rose R.
    http://amorfilosofoamor.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  2. e saio. curada!!!
    belo muito belo Pedro!




    ___________________Mesmo!

    ResponderEliminar
  3. um útero inaugural de onde a vida sai em pleno...até à última folha

    ResponderEliminar
  4. Hum, um poema para o teu filho, para a chegada do mesmo ao mundo?

    Mas não se preocupe com o futuro, apenas de ser companheiro a ele, o resto acaba fluindo com o tempo...

    Fique com Deus, menino Pedro.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  5. Daniel,

    não tenho filhos e não prevejo a chegada de um brevemente.

    abraço,
    pedro

    ResponderEliminar
  6. Olá Pedro!
    Uma otima semana!
    Coloquei um link do seu Blog no meu.
    Seus poemas são otimos
    Bjo

    sandra

    ResponderEliminar