Sena disse aos filhos que o mundo
será deles. Concordo, mas tenho a força da desordem para dilatar
a frase “O mundo também
será dos que me nascerão da carne”. A cada poema que escrevo
as letras dependem
mais de mim. Letras pedintes. As palavras que deixo ao mundo
dos meus filhos
são palavras debochadas tomando-me o jeito dos
dedos. Algumas vezes (a maior parte das vezes.
Todas(?)) cheira-me
o bafo ferrugento das impressões digitais de cada dedo – quem me dera
ser artrópode para ter
artículos em vez – a imprimirem ao
punho de cada letra deixada
por mim
a debicar no beiral do verso com a naturalidade com que o bebé se dilui
a escorrer em baba (rio tépido
que tem
foz no galispo).
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pedro s. martins
http://acasaimaginada.blogspot.com/2011/01/crowds-bahaus.html
ResponderEliminarCada vez melhor.
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