terça-feira, 27 de janeiro de 2009

estio opinativo


foto gentilmente cedida por Pat - from pat with honey

a indumentária clássica


era


o lenço que trazias debruado

sobre as ideias frescas.


Ao nascimento

da cultura

eras quem lhe

cortava o cordão

umbilical

ao pensares


o passo seguinte.

o passo seguinte,

o encore.


Nas clareiras de grupo

a que o teu pensamento obrigava,

eram ocultados

os teus

pensamentos dilacerantes

com a tua lucidez

de revelar menos.


Chegaste a ser

vegetal no subtil silenciar do fermentar

vivaz

que só tu

possuías.


A reconciliação era quando

a distância ficava reduzida

ao desfocar do envolto


e deixavas o centro ser o palco

ao que ias.


No deslumbramento,

relegavas-te

para leiga a adjectivares de bonito

aquilo que para ti era, facilmente,

um discurso descritivo

escrito

na palma de qualquer um

dos cinco sentidos.


Soberana sintonia entre explosão

e estilhaço.


Enquanto brincávamos

aos opinantes,

eras opinião

em estio perpétuo.

******


pedro s. martins

6 comentários:

  1. "Sintonia em explosão e estilhaço"
    terá o ronco profundo do início. Lembra o big bang que, afinal, entre começo e infinito, é (toda) a eternidade, porque um instante apenas. Tal como as brincadeiras dos opinantes, por igual, no risco que a opinão contém: pode tudo, da desgraça à beleza.
    O som da palavra que não recua, gritada mesmo em silêncio.

    Deixando os devaneios: muito interessante. E um blog com fascínio.

    ResponderEliminar
  2. Gostei do seu “devaneio”.

    Fico contente que ache o poema interessante e o blogue com fascínio.

    ResponderEliminar
  3. muito bem! tudo com ellenismos.
    obrigada pelo convite. re-visto ;)

    ResponderEliminar
  4. Seja muito bem-vinda.

    Traga sempre os ellenismos consigo. Fazem falta.

    ResponderEliminar
  5. Aceitei o seu convite e vim conhecer o seu blog!

    Parabens !

    Um abraço

    ResponderEliminar