sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ferida



Trago uma ferida aberta na cabeça, outra mais abaixo onde

não se vê. Desta última não falarei. Caminho pelas ruas e trago

uma ferida aberta na cabeça. A ferida é maior do que o tamanho

que tem. A ferida é o sítio onde todo o meu corpo germina.

Flor de mácula, flor de infâmia. Caminho pelas ruas e trago

essa flor aberta na cabeça.

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Jorge Roque . Guilherme Faria - Broto Sofro (edições Averno)

6 comentários:

  1. Sinto-me um privilegiado por encarar uma poesia tão transparente e elevada - grande capacidade de anunciar poemas - vejo!


    Abraços, amigo - vai aparecendo!


    Heduardo

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  2. Todos os poemas que aqui vão sendo escritos e que não são da minha autoria, são da autoria de poetas que têm as suas obras na minha biblioteca.

    Portanto, os “anúncios” de poemas são muito pessoais.

    Abraço

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  3. enorme sorriso Pedro....(pois existem....mas devem estar caríssimos....de outro modo como explicar tanta falta de chá?.....amei).


    e gosto de o Ver tão acompanhado!!!!!


    beijooooooooooooooooo.

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  4. Querida Isabel,

    Não sabe o prazer que me dá em vê-la neste cantinho. Apareça mais vezes.

    Quem me dera ter por aqui daquele chá que serviu no seu último texto. Genial.

    Beijinho,

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  5. Belo poema sofrido!Tão dolorosamente sentido!!!!!

    pedrasnuas

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  6. Broto Sofro é um excelente livro. Facilmente recomendado a quem gosta de boas leituras.

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