sábado, 3 de janeiro de 2009

vinho

(poema publicado no porosidade etérea incluído no passatempo sobre a temática vinho. Tem lá muito e bons poemas, dois dos quais (Álvaro Santos e Eusébio Tomé) vocalizados por Luís Gaspar.)




O corpo bate com a porta

Deixando-te sozinha a despertar de

Uma noite que ainda não devia ter acontecido. Viste

Fatos de cabras dançantes, montanhas sentadas numa cordilheira

Tudo,

Encaixilhado com arte e pendurado na parede lateral da

Tua pobre existência ébria


Agasalhas fígado e rins com roupas tecidas

Por um Baco ensinado por ti. Trocas a sobriedade

Por borrões de esquecimento onde te dói mais. Vives,

Vais vivendo, (viverás?) em banho-maria

Roubas identidades a quem julgas melhor que a tua

Versão original.


Eu,

Do lado sóbrio da vida,

Ainda te consigo ouvir sussurrar palavras cambaleantes com o copo a fazer de barragem entre os lábios:

«O meu problema é o vinho»

Enquanto pensavas:

»O vinho é a solução para o meu problema»

Enquanto eu sentia:

«O teu problema era uma divisão dos dias por zero»

******


pedro s. martins

5 comentários:

  1. O vinho é amigo de horas incontáveis.
    Cadinho RoCo

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  2. já lá estive a ver, também enviei o meu.

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  3. Pode ser interessante continuar a passar por aqui...
    Obrigada pelo convite!

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  4. O vinho...
    sabor de pecado sutil e inebriante entre a taça e a boca. Gosto, com moderação...

    Um beijo pra ti e obrigada pelo convite a te ler

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