(foto alegremente roubada a Tomé Duarte)
Para este que aqui morre nem todo
o universo chegaria
para o cobrir
tal é sua
a pequenez de ambos.
A perda não será totalmente
inglória;
ficará a roca, o rosto,
o andarilho e a espinha, despojos
cruciais na construção sólida de um
poema com uma mensagem
subliminar.
Àquele do ilhéu deixo
também uma garrafa vazia
e uma rolha para difundir a mensagem
com mais eficácia. Porém, temo que a mesma
lhe chegue ensopada e ilegível.
E agora que entretive alguém,
vou para casa, na espera pela minha vez.
Com a escrita deste poema fui-me apercebendo
da morte
como um processo lento, tal é o tamanho
de vida que temos
que abocanhar.
******
pedro s. martins
as tuas palavras são absolutamente "cruciais na construção sólida de um
ResponderEliminarpoema com uma mensagem
subliminar"
:)
beijo, pedro
Acredito:
ResponderEliminara garrafa ensopada tornaria claras as letras, mais legiveis.
Eu acredito que tu também acredites, mas não sei, por isso te digo isto como quem questiona.
nada se apagaria na viagem, se porventura se abrisse a garrafa ensopada. Matérias e algas, peixes minúsculos de criação desconhecida, misturadas nas letras, pelas letras dentro.
Era ler mais. Novas passagens no interior da escrita e mais marcas de giz contando dias.
Quantas ínfimas partículas estão guardadas em cada palavra, em cada percepção, em cada novo encontro-viagem...a morte é um processo lento para abocanhar tantas matérias...
"Ouve-me que o dia te seja limpo
e a cada esquina de luz possas recolher alimento
suficiente para a tua morte"
al berto
deixada à deriva a garrafa acabará por aportar ... a boas mãos ... e molhadas ou secas as tuas palavras chegarão ,sempre ,a um destino
ResponderEliminarjamais vulgar
.
um beijo
Um epitáfio ou melhor, o mais intrigante e belo epitáfio.Parabéns,Pedro.
ResponderEliminarA morte abocanha a vida
ResponderEliminarE a vida abocanha a morte.
Será que uma é mais gulosa
Do que a outra ou não?
Lindo
ResponderEliminarsublime
real
Amei
Ofereço-te mário de sá carneiro
Fios de oiro que puxam por mim
A soerguer-me na poeira-
Cada um para o seu fim
Cada um para seu norte...
...............................................
-Ai que saudades que tenho da morte...
..............................................
Quero dormir...ancorar...
...............................................
Arranquem-me esta grandeza!
-Pra que me sonha a beleza,
Se a não a posso transmigrar?...
um bom dia
umabraço
"E agora que entretive alguém"...
ResponderEliminar... devo dizer que realmente estive bastante entretida na absorção destas palavas inebriantes e na procura da "mensagem subliminar"...
Fala-se de morte, de abocanhar a vida....... renascer?
Um abraço!
para ladrões assim a porta sempre aberta
ResponderEliminar...a morte é um processo lento, mas presente!
ResponderEliminarBom fim de semana...bjo!
habitar o não lugar é preciso, como a garrafa que habita o mar- que é tudo e não é nada, não temos a medida exata da sua dimensão.
ResponderEliminare assim nos vamos apercebendo da morte... a única verdade que existe neste espaço de tempo que por aqui andamos, porque é a morte que nos concede tal espaço...
ResponderEliminarbom fim de semana
beijinhos
e ____________________ entre o tudo e o nada que pode ser tudo ou tanto ou imenso até ...
ResponderEliminaros dias percorrem-SE assim _______________ .
a.b.r.a.ç.o. e sinceros parabéns pela escrita
sempre soberba.
deixo a morte pra depois.
ResponderEliminara mensagem chega. legível. e soberbamente escrita.
ResponderEliminarbeijos
Uma escrita reflexiva mas também sentida. Excelente, na verdade. **
ResponderEliminarlá na minha terra dizem que boi véio é que presta. panela velha é que faz comida boa... e por aí vai...
ResponderEliminarse viver é um problema. parece que vc tem a solução, lol! rsrsrs...
gostei demais. como sempre. beijo :)
Aperceber-se da morte como um processo lento, sabendo como a vida é breve. Um poema lindíssimo.
ResponderEliminarUm abraço.