domingo, 28 de junho de 2009

rosto brilhante

Eles têm imagens de tudo,
até de raparigas trabalhadoras
de quartos abalados
pela massa tremenda
do aluguer.

Cerradas, encarceradas
apenas com ferros frios
nos dentes; bebem a centelha
de uma cratera cheia
de fogueira-

-vergonha.

Venham ver o acto de consumir,
tão perto da dormência
de um povo, perto do nervo
calcinado que quer ferver
e dizer que a voragem
é máxima nos dias
em que não durmo.

São ininterruptos
acessos a quem precisa de alguém
que não seja
alguém menos profundo e denso
que o interior
do homem-mármore.

Abalados atabalhoados
os que limpam a boca
à toalha
sistina saia de quem não tem
gosto para menos.

Alguém te poderia ceder um grito, agora
que estás em quarenta de aluguer
sexual e continuas
vaidosa de saia
rodada.
******

pedro s. martins

4 comentários:

  1. E há valores que não há dinheiro que pague.
    Mas, não há situações que deixem de inspirar poemas, poesias.

    Beijos mil!!!

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  2. Gosto de passar, gosto de ler-te, gosto... enfim.


    Boa semana

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